Blog
-
Entre dados e decisão: por que muitas empresas seguem analisando o passado enquanto o mercado já virou a esquina.

A promessa do “data-driven” virou bordão corporativo, mas a real vantagem competitiva está nas empresas que aprenderam a relação entre dados e decisão. Podendo assim, decidir no tempo certo, com os dados corretos, por pessoas preparadas.
Imagine uma sala de reunião repleta de dashboards coloridos. A diretoria comemora: os dados estão ali, atualizados. Mas, do lado de fora, o time comercial está improvisando. E o varejo já reagiu a um movimento que ninguém previu.
É nessa assimetria entre o que se vê no BI e o que acontece no mercado que muitas decisões se perdem.
Neste artigo, falaremos sobre:
Diagnóstico do problema: dados demais, decisões de menos
Relatórios perfeitos. Análises detalhadas. Mas o campo continua operando no automático. O que acontece?
- Indicadores não conversam com a operação;
- Os dados chegam tarde demais;
- Falta gente capacitada para traduzir número em atitude.
De acordo com a McKinsey, menos de 30% das empresas conseguem usar seus dados para gerar vantagem competitiva real. O restante ainda está preso no ciclo da análise que não vira ação.
Indústria de consumo
Uma multinacional implementou um sistema robusto de BI, com mais de 40 indicadores para trade. No entanto, a equipe regional seguia focando apenas no “volume batido”, pois não havia clareza sobre como os demais dados impactavam o bônus do mês.
Resultado? Alta complexidade, baixo impacto.
O que as empresas mais ágeis estão fazendo diferente
- Selecionando os dados que de fato movem a execução: Menos é mais. Dashboards estratégicos, orientados por impacto, e não por vaidade analítica.
- Preparando líderes para ler e agir com autonomia: Não adianta ter os dados na mesa se as decisões continuam concentradas. Empresas eficientes treinam para descentralizar com responsabilidade.
- Acelerando o ciclo entre análise e ação: As que se destacam não são as que analisam melhor, são as que corrigem primeiro.
Varejo farmacêutico
Uma rede regional decidiu reduzir os relatórios internos em 60% e passou a operar com três indicadores norteadores para cada loja.
Resultado em seis meses: aumento de 18% no giro de produtos prioritários e maior engajamento dos times de campo. Menos ruído, mais resultado.
Provocações estratégicas para quem lidera
- Seu time sabe diferenciar um dado útil de um dado decorativo?
- A tomada de decisão em sua empresa depende mais de hierarquia ou de maturidade?
- Os dados ajudam a agir, ou servem apenas para justificar atrasos?
Ser data-driven não é ter dados. É saber o que fazer com eles quando ainda há tempo para agir.
Quem entender isso primeiro, vai parar de correr atrás e começar a puxar o mercado pela frente.
Na IPDV, acompanhamos de perto quem está virando a chave. E vemos uma verdade clara: inteligência só faz sentido quando se transforma em decisão acertada no momento certo.
Nos próximos artigos, vamos explorar como simplificar o uso de dados na prática e como treinar times para tomar decisões com mais confiança e menos hesitação.